Estava em casa, em família. Apesar da presença dos quais eu era a cria, do clima festivo e um rosto que sorria, me consumia por dentro; no dia seguinte eu só ia.
Destaque. Assim eu poderia definir meu caso. Durante o dia inteiro tinha me destacado, o dia inteiro tinham me destacado; mas agora sentia o quanto estava ali ainda (ou sempre). Embora pensasse positivo, o próprio positivo de me tornava negativo: o mais otimista de meus olhares era o mais pessimista de meus pensares.
Retirei-me. Esse distanciamento talvez me ajudasse e incentivasse o mesmo ao meu psicológico. Foi pior: a separação física evidenciava o que me aguardava e o que estava por vir me deu medo.
Medo era algo que conheci praticamente desde o berço. O medo – sob diferentes formas – me acompanhara por toda minha vida, exceto nos últimos meses; e eis que ele volta a me acompanhar e assombrar.
Beijei e abracei pela última vez alguns daqueles que sempre estiveram ali. Iria cortar um laço forte – seria mais difícil que o cordão umbilical – estava partindo não uma veia, senão a aorta.
Felizmente, eles sempre estiveram ali.
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