quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Palavra de Honra - Tempo...

O vento vinha ventando
Rasgando as antigas cortinas de tule,
Ainda mais forte em seu sopro do que sempre.
Caía-me bem em meu cavalheirismo estúpido,
Algo assim era como uma brisa leve e só me fazia bem.
Outros diriam mais tarde ser realmente estupidez,
Mas eu sempre soube que se tratava de algo mais.
Era uma época medíocre em que entrava,
O vento ventava mais fraco e suavizava,
Espíritos se inflamavam menos e menos freqüentemente.
Eu estava velho. Antigo em meus hábitos antigos nesse meio.
Olhei então para o passado e decidi que era tempo de modernizar:
Se não pudesse mais viver de vento, variaria de forma e alimento,
Mudaria completamente.
O vento, antes brisa, agora era cat
ástrofe.
Fui caindo lentamente. Dez vezes cai por cem anos.
Decadência de uma existência desde sempre vã,
Agora assombrava o que era antes iluminado.
Iluministas trouxeram ainda mais sombras,
Românticos, uma vela,
Contemporâneos, a morte.

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